Rio - O presidente da Associação Nacional dos Profissionais de Futebol do Chile (ANFP), Reinaldo Sánchez, abriu nesta quinta-feira seminário que vai discutir o futebol no país. Ele sugeriu a realização do Campeonato Chileno com duração de dois anos. Neste caso, a competição, que se iniciará em fevereiro de 2003, só terminaria em dezembro de 2004.
A idéia acabou gerando muita revolta entre os participantes do seminário. Os primeiros a levantar a voz contra Sánchez foram os presidentes dos clubes da Primeira Divisão que, obviamente, foram acompanhados pelos seus colegas da Segunda Divisão. A revolta foi tão imediata que o presidente da Universidad Católica se levantou para buscar assinaturas para um abaixo-assinado que derrube a idéia de Sánchez. Tal atitude não é necessária pois os clubes têm poder de vetar esta idéia, bastando para isso seis votos.
Quando Sánchez achou que a situação tinha se acalmado, o Sindicato dos Jogadores (Sifup) deu a sua posição. A entidade de classe manifestou repúdio à idéia por considerar que ela vai gerar desemprego, uma vez que os clubes da Segunda Divisão não se sentirão motivados para investir em novas contratações se não terão a possibilidade de subir de divisão.
Jaime Muñoz, tesoureiro da Sifup, avisou as posições que a entidade vai tomar caso a idéia seja acatada. “Não vamos aceitar este tipo de torneio, sem rebaixamento. Uma medida desta causará desemprego e o fim do investimento em categorias de base que é feito pelos clubes de menor investimento. Se esta idéia for aprovada não vamos a campo neste fim de semana e, sem jogadores, não haverá a última rodada do Campeonato Nacional”, afirmou Muñoz.
Por sua vez, José Abdalah, vice-presidente da ANFP, afirmou que este novo modelo de campeonato tem por objetivo regular o mercado. “Este modelo é o único que regula o mercado e não leva os clubes a um estado de falência”, afirmou Abdalah.