Se Salete Campari for eleita, irá à Assembleia vestida como uma drag queen. O que você acha dessa posição?
Eu acho que é um privilégio dela. A minha personagem, por exemplo, é extremamente famosa no mundo gay e fora dele também. Quando eu saio nas ruas, as pessoas que mais me pedem autógrafos são as senhoras. Então, eu não poderia tirar proveito dessa imagem? Só que como eu vou candidatar um personagem? O grande exemplo que eu cito é o Mojica, o Zé do Caixão. Não é o Zé do Caixão que vai se candidatar. Ele é o Mojica. O criador, não a criatura. Por isso que eu não uso a minha imagem de mulher para poder ganhar votos. Eu poderia, talvez eu ganhasse até mais. Já tive vontade, mas a minha razão e a minha certeza de que isso não é uma brincadeira não me deixam. A política é uma coisa muito séria e a gente corre o risco de agregar mais preconceito.
Como é a concorrência entre você e os outros candidatos gays?
Na verdade, nós não somos concorrentes, somos aliados. Eu não estou concorrendo com a Salete, eu acho que ela também tem que ser eleita. É muito melhor dois lá do que um. Se ela entrar eu vou me sentir muito mais fortalecido. Eu nunca faço campanha dizendo prefira Leo Áquilla do que Salete. Eu sempre faço, prefira os dois, escolha os dois.