A germânica Arroio do Padre, a mais evangélica

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Bin Laden e os mulçumanos do Chui

"Foi aquilo tudo junto, todo mundo caindo de pau em cima dos Chuí. Naquela época, um rapaz meio eufórico, quando viu os aviões atingindo as torres, saiu na rua e soltou fogos de artifício. A notícia era de que o Chuí havia comemorado com passeata. O canal do Uruguai mostrava imagens da palestina como se fossem do Chuí, de pessoas distribuindo doces, e foi o que foi...", lembra o líder da mesquita, Yasser Abu El Jassal, dizendo que o tal prefeito, "não frequentava a mesquita, nem era religioso".

Apesar da exposição, segundo Jassal, a comunidade não temeu por algum tipo de retaliação, apenas sofreu com os estereótipos reforçados pela mídia contra os árabes. "Acho que foi bom pela fama, mas íamos temer o que? Tinham algumas pessoas que riam da

situação, mas tinham outras que falavam sobre os árabes (...) Quando o imigrante é bem sucedido, a pessoa começa a ver como alguém que veio roubar o pão se sua família, mas isso não é só no Brasil", diz.

Jassal se diz tranquilo quanto aos críticos, reclama apenas da foram pejorativa como alguns se referem aos árabes como "turcos", "porque sabem que a gente não gosta disso". "Tem aquele que critica por pura ignorância e a mídia tem influenciado muito em criar a imagem de um 'monstro' mulçumano (...) Mas são raros os casos, porque estamos aqui há 40 anos e, querendo ou não, a gente já faz parte da cidade. Querendo ou não, eu sou brasileiro. Ninguém pode chegar e me dizer para voltar para o meu país de origem, posso até me candidatar à presidência da República. Meu pai é da palestina, mas eu nasci aqui", desabafa.