"O sonambulismo é um despertar incompleto", explica o doutor Dênis Martinez. "Neste distúrbio, uma parte do cérebro acorda sem que a pessoa recobre a consciência, o que faz com que ela aja sem inteligência, mas com todas as reações, como fugur ou atacar". Dentre os distúrbios do sono, sem dúvida, o sonambulismo é o que gera mais lendas, piadas e curiosidade, mas não é tão inofensivo quando parece.
O doutor Dênis explica que, em geral, o pico de incidência do sonambulismo se dá entre os quatro e os oito anos de idade, tendendo a desaparecer na puberdade. Mas, ainda que não seja um distúrbio perigoso como a apnéia, é preciso tomar cuidados com possíveis acidentes como quedas de janelas e de escadas, ou acidentes com objetos de vidro ou pontiagudos.
"Existem também conseqüências psicológicas para o sonâmbulo. A criança se torna insegura, tem medo de dormir na casa dos amigos. Mesmo não tendo controle sobre seus atos, o sonâmbulo é criticado, humilhado e até punido pelos pais. O fato de ele estar acordado, mas tendo reações irracionais, preocupa a família que passa a tratá-lo como diferente". Por isso, é importante encarar o sonambulismo sem preconceitos ou superstições, mas com toda a seriedade.