Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o ronco não atrapalha apenas o sono de quem dorme com o roncador: ele é um sinal de que há algo obstruindo a passagem de ar para os pulmões, diminuindo a oxigenação de todos os órgãos do corpo e podendo levar a problemas graves de saúde."A obstrução pode ser devida a vários fatores: alterações dos ossos da face, flacidez da pele que recobre o céu da boca, rinite, aumento das amígdalas, obesidade etc", explica o médico otorrinolaringologista César Augusto Seranni. "Em alguns casos, o problema pode ser devido ao excesso de comida e de álcool (que relaxa as vias respiratórias) ou a uma gripe, podendo ser tratado com mudanças de hábito. Mas há situações mais graves em que podem ocorrer as chamadas apnéias do sono, que podem levar até à morte", alerta.
As apnéias são paradas respiratórias que acontecem durante o sono, sem que o doente perceba, e que podem durar de dez segundos até um minuto. Essas paradas acabam fazendo com que a pessoa acorde várias vezes durante a noite, mesmo que não se lembre de nada no dia seguinte. "Freqüentemente, as pessoas que têm este problema apresentam grande cansaço ao acordar, sonolência durante o dia e dificuldade de concentração, além de poderem desenvolver diversos problemas cerebrais e cardíacos", observa.
Mas a boa notícia é que ronco tem cura: desde pequenas mudanças de hábito (como comer menos durante a noite e evitar o álcool), passando pelo uso de próteses dentárias e chegando, nos casos mais graves, a cirurgias corretivas, trata-se de um problema que pode ser resolvido, mesmo que exista há décadas. Para isso, porém, não há receita milagrosa: o único jeito é procurar o médico, fazer os exames e descobrir qual o tratamento mais adequado para o seu caso.