Porto Alegre - Tudo indicava que, com a chegada de Celso Roth, Astrada fosse retomar a titularidade e até mesmo a braçadeira de capitão da equipe do Grêmio. No entanto, a expulsão do argentino contra o Santos, dia 12 de agosto, e a elogiada participação de Polga na vitória diante do Corinthians alteraram os planos do treinador.
Resultado: El Jefe está de volta ao banco de reservas. O treinador é cauteloso. Usa linguagem cifrada para dizer o que fica muito claro a quem assiste aos treinamentos.
"O bom senso recomenda que se repita uma situação quando ela deu bons resultados", afirma. De acordo com seus critérios, essa regra só é quebrada quando está envolvido um jogador de exceção.
No Grêmio, apenas Ronaldinho possui tal atributo. É o único jogador que jamais terá abalada sua condição de titular, mesmo que seu eventual substituto mostre virtudes supremas.
No Morumbi, Polga não só cumpriu bem a tarefa de marcação à frente da área, como teve personalidade para projetar-se ao ataque, marcando de cabeça o segundo gol da equipe. Algo que ocorria com freqüência em sua época como júnior. Em 1998, chegou a ser o artilheiro do time, marcando 14 gols, vários deles de cabeça.
Este ano, uma cirurgia no joelho esquerdo o deixou fora de ação por 55 dias. Foi o período mais difícil da carreira do volante lançado por Cláudio Duarte e definido por Antônio Lopes como alguém digno de defender a seleção brasileira.
Disciplinado, Astrada não faz qualquer reclamação pública. Treina com vontade e deixa a decisão sobre mantê-lo entre os titulares a cargo do treinador. Já se mostra satisfeito por pelo menos ter voltado a trabalhar com regularidade, depois de um primeiro semestre marcado por lesões.
"Agora, finalmente, estou tendo ritmo de jogo", diz El Jefe, contratado para comandar o time dentro de campo em razão da fama conquistada no River Plate, onde era capitão.