Rio - O ex-diretor-técnico da seleção brasileira, Arthur Nunes Coimbra, o Zico, revelou para a Agência Estado que foi procurado pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, para, possivelmente, ocupar um dos cargos na nova comissão técnica. Segundo Zico, Teixeira marcou, por telefone, um encontro para conversarem sobre o assunto.
Zico, porém, procurou não criar muitas expectativas a respeito de sua volta à seleção brasileira. Ele explicou que se o convite for formalizado dificilmente poderá aceitá-lo, porque está preso a compromissos profissionais. "Existem vários empecilhos profissionais que me impediriam de dedicar-me diariamente a equipe, mas vou conversar com ele", afirmou.
Apesar dos compromissos profissionais, o maior problema para o retorno de Zico à seleção pode ser o artilheiro Romário. O atacante do Vasco e, atualmente, a maior esperança de gols no time brasileiro é desafeto declarado do ex-jogador. A briga entre eles ficou mais acirrada quando Romário estampou na porta do banheiro de seu bar uma caricatura do ex-craque do Flamengo.
A última desavença entre os dois aconteceu antes do embarque da seleção para Sidney, quando Romário disse que pretendia superar Zico no ranking de gols com a camisa verde-amarela. Na ocasião, Romário chegou a declarar que Zico era um fracassado, porque nunca conseguiu conquistar uma Copa do Mundo.
O ex-jogador participou hoje da abertura do seminário de Modernização do Futebol Brasileiro e não poupou críticas aos ex-técnicos da seleção brasileira Wanderley Luxemburgo e Zagallo, de quem foi diretor-técnico.
"A vaidade de conquistar a medalha de ouro fez com que acontecesse tudo aquilo com a seleção, um mesmo treinador não pode querer dirigir a seleção principal e a olímpica", criticou. "Isso já havia acontecido na Olimpíada de Atlanta, em 1996."