Teresópolis - Marcos Moura Teixeira, primo do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, é o único membro da atual comissão técnica que tem presença praticamente garantida na próxima equipe de trabalho da seleção brasileira. Desde o início da década, Marcos vem ocupando cargos no time nacional e, atualmente, é considerado quase “intocável” , por ser o braço direito de Teixeira.
Mais do que coordenador-técnico, supervisor ou auxiliar de preparação, ele é o porta-voz da seleção brasileira junto a Ricardo Teixeira. Conta tudo o que se passa na concentração e tem toda a confiança de seu primo, o presidente. Por isso, não tem substituto. Algumas pessoas, da própria seleção, o chamam de dedo-duro.
Marcos não quer falar do assunto publicamente, mas não esconde, a pessoas próximas, que pretende continuar na seleção, mesmo com a saída de Wanderley Luxemburgo e quase toda comissão. Prefere ser chamado de Marcos Moura e não gosta nada de ter sua imagem vinculada ao presidente da CBF. Por isso, faz questão de tirar o Teixeira do sobrenome.
Em 1994, Marcos Moura Teixeira foi campeão mundial com a seleção brasileira. Na ocasião, era auxiliar do preparador físico Moracy Santana. O técnico era Carlos Alberto Parreira.
Embora nunca tivesse uma função específica no grupo, sempre fez um pouco de tudo para manter-se no cargo. Não foram poucas as vezes em que completou o time reserva em treinos coletivos desde que faz parte da seleção. Sua posição predileta é o ataque. Trabalhou, também, com Wanderley Luxemburgo no Corinthians, sua única real experiência em clube.
Atualmente, ocupa o cargo de coordenador-técnico. Resolve alguns problemas burocráticos, mas sua verdadeira função é outra. É o porta-voz da seleção e passa todas as informações internas ao presidente da CBF: as boas e as ruins. Fica de olho no trabalho do treinador. Por tudo isso e por sua própria vontade, será mantido na seleção.
Amigos do técnico Luiz Felipe Scolari, do Cruzeiro, garantem que um dos motivos que o fez recusar uma proposta da CBF foi a imposição de Teixeira em manter alguns membros no grupo, como Marcos Moura.
Sobre seu trabalho, o futuro e a permanência, o coordenador-técnico não faz comentários. Diz que só fala sobre a partida contra a Venezuela. "Só respondo perguntas relacionadas ao jogo." Outros profissionais da comissão-técnica adotam um discurso diferente e já falam como ex-funcionários da seleção, como o próprio técnico Candinho. "O Wanderley saiu e eu tenho de ser ético e sair também depois do jogo de domingo." Nesses dias em Teresópolis, Marcos Moura parece um ´peixe fora d´água´ e não esconde o constrangimento com a situação que o envolve.
Da atual equipe de trabalho, não deverá ficar quase ninguém. Além de Marcos Moura Teixeira, outro que tem boas chances de permanecer é o médico José Luiz Runco. O restante está se despedindo. O último compromisso será domingo, contra a Venezuela. A psicóloga Suzy Fleury já pediu demissão e não tem mais nenhuma ligação com a seleção. O preparador de goleiros Paulo César Gusmão, o supervisor Valdir Joaquim de Moraes, o médico Joaquim Grava, o fisiologista Renato Lotufo, o preparador físico Antônio Mello serão dispensados na segunda-feira.