Rio - Coordenador-técnico da Seleção Brasileira na Copa de
1994 e técnico nos Mundiais de 1970, 1974 e 1998, Zagallo sabe como ninguém
o que é ocupar posições de responsabilidade na seleção brasileira. O Velho
Lobo traça um panorama favorável com relação ao futuro da Seleção, embora
considere que há muito trabalho a ser feito até que se chegue ao patamar
alcançado na conquista do tetracampeonato.
Em entrevista à Agência L!Sportpress, Zagallo falou da importância da figura
do treinador na seleção brasileira, embora não veja a possibilidade de se
descartar a presença da figura de coordenador, para que possa dividir as
responsabilidades com o técnico.
“O técnico precisa de autonomia para trabalhar e escolher sua comissão
técnica e os jogadores que pretende contar. A afinidade com os membros da
comissão técnica é fundamental”, afirmou.
O ex-treinador citou como exemplo a seleção da Copa de 94, que contava com
Parreira como técnico e com ele com coordenador. “Nós éramos como um só. Trabalhávamos em equipe, reunindo idéias, mas cada
um tinha o seu espaço para tomar certas decisões e o outro respeitava isso.
Esse é o ponto ideal. Eu segurava as pontas para o Parreira poder trabalhar
com tranqüilidade.”
Segundo Zagallo, esta fase inicial de organização da equipe é muito delicada
e o coordenador Antônio Lopes precisará contar com pessoas que estejam
abertas ao diálogo e que sejam, sobretudo, de confiança.
“É um pouco difícil dizer como as coisas vão ficar daqui para frente, pois
é um trabalho inteiramente novo que está começando. Mas torço muito pelo
Antônio Lopes, pois sou seu amigo e acho que ele têm condições de realizar
um bom trabalho”, completou.