Rio - O técnico Emerson Leão esteve nesta quarta-feira em Porto Alegre para receber uma homenagem por sua carreira como ex-goleiro em uma festa esportiva. Antes, porém, de recordar o passado de atleta, ele analisou o atual, e difícil, momento por que passa a Seleção Brasileira às vésperas da Copa das Confederações e do confronto com o Uruguai, em Montevidéu, pelas Eliminatórias.
Os cartolas, para Leão, relegaram a Seleção a um segundo plano, o que se evidencia por um desorganizado calendário, empanturrado de competições. “Deixou-se de ter a Seleção como prioridade. Agora, a prioridade são os clubes arrecadarem dinheiro para diminuir seus débitos.”
Leão não acredita que, para o jogo contra a Celeste, terá de dez a quinze dias para treinar, como prometeu o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, na semana passada. E essa freqüente falta de tempo é uma pedra no sapato de qualquer técnico que assuma a Seleção. “O Brasil não vem jogando bem há muitos anos. No nosso país, não se chama um treinador para fazer um trabalho de longo prazo, mas sim para resolver
problemas urgentes”, disse Leão.
Assim como os 160 milhões de brasileiros, Leão reconhece que a situação da Seleção é delicada. Conforme o treinador, a última convocação foi
prejudicada pelos campeonatos estaduais, que estão em suas fases decisivas, e pela participação de clubes brasileiros na Libertadores. “Apesar disso tudo, poderemos ter uma equipe forte para os próximos jogos”,aposta o técnico.
Leão também justificou a não convocação de alguns "estrangeiros", como Cafu, Roberto Carlos e Rivaldo.
“Eles estão cansados e sobrecarregados. Temos que respeitá-los.
Depois se espraiar em elogios a Romário, Leão fugiu a uma pergunta sobre a fixação em um time-base, como faz a Argentina, líder das Eliminatórias Sul-Americanas.
“Não gosto de falar sobre outras seleções, e sobre a Argentina especialmente, já que competimos em tudo com os portenhos, inclusive na
maneira de vestir. É fácil imitar quando uma coisa está dando certo, mas o fato é que a Argentina vem com esse time desde a Copa de 98, e o Brasil teve que refazer a equipe em função de erros e mudanças.