Rio - Os cerca de 26 mil torcedores que lotaram o Estádio Municipal de Juiz de Fora podem ter saído decepcionados e o time do Flamengo pode ter saído reclamando do juiz. Mas os rubro-negros só não podem reclamar da sorte, que andou de mãos dadas com o time, no empate por 0 a 0 com a Ponte Preta.
Foi um primeiro tempo de assustar até o torcedor mais otimista. Quem entrou em campo não foi o vibrante tricampeão estadual, tampouco o ofensivo time que venceu a Copa dos Campeões. Sentir que Beto e Petkovic estavam anulados pelos marcadores pareceu transmitir ao time do Flamengo uma sensação de insegurança que andava distante.
Quanto mais tempo ficava sem passar do meio campo, sem criar opções pelas laterais, mais o Flamengo se transformava num time retraído, que se limitava a apostar em escassos contra-ataques. Só um deles deu certo, no último minuto, quando Edílson chutou bem, mas a trave, talvez com o constrangimento de quem trabalhara com insistência para só um dos lados, resolveu intervir.
Antes disso, muito sofrimento ficara no caminho. Ficara provado, pelo menos, que havia algo trabalhando a favor dos rubro-negros. Se o time jogava mal, o santo protetor tinha o trabalho de dezenas de craques. Júlio César salvou com o pé um chute de Macedo; Juan tirou uma bola na pequena área, com o goleiro batido; Jorginho, o melhor do time, chegou a tirar uma bola em cima da linha. E a trave? Só ela salvou três vezes, sendo duas no mesmo lance, quando Washington chutou no travessão e Macedo, sem goleiro à sua frente, acertou o mesmo alvo.
Esperava-se que a entusiasmada torcida rubro-negra que lotava o Estádio Municipal de Juiz de Fora fosse o combustível do time no segundo tempo. E ela viu um time um pouco mais ousado, mais ofensivo, mais parecido com o Flamengo que todos queriam ver. O Flamengo do segundo tempo repetiu erros defensivos, não criou dezenas de chances, mas animou a torcida.
Teve até o direito de reclamar do juiz Alício Pena, que anulou gol legítimo do zagueiro Gilmar. No entanto,conforme foi voltando a se ver preso na marcação da Ponte Preta, voltou a perder o direito de reclamar da sorte.
Outra defesa de Júlio César e o erro incrível de Macedo em uma cabeçada garantiram um empate que acabou ficando sob medida.