Belo Horizonte - Em outros tempos, o empate contra o Botafogo, por 1 a 1, no Maracanã, na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, já seria motivo de comemoração. Mas, na chegada ao aeroporto da Pampulha, nesta quinta-feira à tarde, o que se viu nos jogadores do América-MG foi decepção, principalmente porque o time impôs seu jogo e saiu na frente do placar, no primeiro tempo, cedendo o empate na etapa seguinte. “É uma mudança de filosofia muito positiva. Sabemos que temos condições de vitória", observou o meia Ruy.
A razão para a mudança está na formação de uma base que já sentiu o gosto de conquistar um título. “Eu fui campeão em tudo e, com dois anos de profissional, ganhei dois títulos importantes com o América. Sabemos que temos condições de repetir isso agora", analisou Ruy. O zagueiro Wellington Paulo também fez a mesma observação: “Tempos atrás, estaríamos comemorando um resultado como este. Mas como chegamos perto da vitória, é como tivéssemos sido derrotados", ressaltou.
Todos os jogadores enfatizaram a queda de rendimento da equipe no segundo tempo. “Perdemos três boas oportunidades no primeiro tempo, que poderiam ter liquidado o jogo. Quando voltamos para o segundo tempo, o time foi muito mal", analisou Ruy. O meia lamentou a saída de Claudinei no segundo tempo, quando Mirandinha entrou em seu lugar. “O Lula me recuou e também o Tucho, para deixar o Alessandro e o Mirandinha na frente. Fiquei como segundo volante e a marcação no meio se enfraqueceu."
Wellington Paulo explicou a saída de Claudinei como uma forma de evitar a expulsão do jogador. “Sentíamos que o árbitro estava para tirar alguém e o Claudinei já tinha amarelo", ressaltou. Para ele, o gol do Botafogo foi fruto de um cochilo da defesa. “Foi um chute de fora da área que acabou entrando. Aquela não era a melhor perna do Rodrigo para chutar. Acho até que a intenção dele não era bater para o gol. Se chutasse com a direita, teria errado, mas como foi com a perna ruim, acabou acertando no cantinho do gol", comentou.
Michael atribui gol à jogada ensaiada e espera partida difícil sábado
O primeiro gol do América no Campeonato Brasileiro foi fruto de uma jogada ensaiada à exaustão pelo técnico Lula Pereira. É o que conta o jogador Michael, autor do gol, feito aos 44 minutos do primeiro tempo. “O professor (Lula) sempre pede para eu jogar enfiado. O Edson fez a jogada de linha de fundo e eu parti para dentro da área. Tive a sorte de pegar a sobra e marcar", lembrou o jogador.
Em sua estréia no Maracanã, Michael também lamentou o time ter deixado escapar a vitória, mas está confiante numa boa apresentação contra a Portuguesa, amanhã, no Independência. “Será um jogo difícil, com certeza, mas vamos buscar dar seqüência a este bom trabalho. Para um primeiro jogo, acredito que nossa apresentação foi muito satisfatória. Con tra a Portuguesa, vamos tentar vencer e dar esta alegria para a torcida."
O técnico Lula Pereira também espera um crescimento gradual do América para as próximas partidas, lembrando que o time treinou pouco tempo e não fez muitas partidas na preparação para o Brasileiro. O treinador adiantou que mudanças táticas deverão acontecer no jogo de amanhã. “Só não vou adiantar para vocês", registrou Lula Pereira.
O treinador também se disse triste com o resultado. “O jogo estava a nosso favor. Pecamos pelos detalhes, devido principalmente à falta de ritmo de jogo. Cometemos alguns erros que normalmente não acontecem", resumiu.
O volante Claudinei pode ser um problema para o jogo contra a Portuguesa. Ele voltou a passar mal, na viagem de retorno do Rio, e foi encaminhado ao Hospital Vera Cruz para uma série de exames neurológicos. Os jogadores treinam hoje pela manhã, no Independência, e se concentram após o almoço.