Rio - O presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, diz que a entidade que dirige não abre mão de realizar a Liga Nacional em 2002 e que não teme um possível alinhamento das federações estaduais com a CBF.
A desmoralização da CBF com as denúncias a Teixeira ajudam ou atrapalham a criação da Liga?
Koff: Elas enfraquecem o que foi acertado. Teixeira reagirá. As federações poderão trocar apoio a ele por um endurecimento na aceitação da Liga.
L!: Quando foi definido o acordo para o calendário, se falou que não haveria caça às bruxas?
Koff: Nunca ouvi dizer que não haveria caça às bruxas. Mas tem que ficar claro que ninguém está entregando o Ricardo. Não precisa desestabilizar a CBF para criar a liga. De qualquer forma ela surgirá. Se formarmos a liga, a CBF passa a ser apenas uma auxiliar.
L!: Uma provável reação das federações preocupa o Clube dos 13?
Koff: Os presidentes se manifestaram contra o calendário, não querem as ligas para não perderem poder. Estou na expectativa de saber o posicionamento das federações. Não tem o menor sentido elas se oporem à Liga por medo de enfraquecerem seus campeonatos. Eles continuarão, só que sem os grandes. Viveremos um momento difícil, mas a formação da Liga é irreversível.
L!: Teme um confronto?
Koff: Ele é iminente, mas estamos preparados. Se houver radicalização das federações ele será inevitável.
L!: O Clube dos 13 pode radicalizar e romper com a CBF?
Koff: Isso traria várias conseqüências, como os contratos dos jogadores serem anulados, não disputarmos competições internacionais. Não queremos fazer uma liga pirata.
L!: Mas se os clubes romperem com a CBF o poder não trocaria de mãos?
Koff: A força vem dos clubes, que são as entidades predominantes entre os diferentes setores do futebol. Em caso de conflito, sobrevivem os clubes às federações e à CBF. O que são essas entidades sem os clubes? Mas queremos ficar na legalidade.
L!: Qual o trunfo do Clube dos 13?
Koff: A Série B para acontecer teve que receber recurso do Clube dos 13 (R$ 2,4 milhões). Cadê o recurso próprio? Por que temos que mantê-los se os torneios não se sustentam? Se não tivéssemos entrado com ações contra a CBF, teríamos até 32 clubes no Brasileiro-2001. Temos que buscar a moralização dos calendários.
L!: É um argumento, mas qual a garantia?
Koff: A lei. Os clubes formam as ligas e recorrem à CBF para as registrarem. A lei obriga a CBF a acatá-la.