Rio - Cercado por denúncias e ameaçado pelos processos de impeachment, que se encaminham para o Conselho Deliberativo, o presidente Edmundo dos Santos Silva sabe que a poeira só se esconderá embaixo do tapete com vitórias e, por isso, tem um nome para comandar o Flamengo no Campeonato Brasileiro na tentativa de silenciar e ganhar fôlego no cargo: Wanderley Luxemburgo, atualmente técnico do Palmeiras.
Edmundo já mandou membros da diretoria entrarem em contato com Luxemburgo, pois quer um técnico de pulso firme e de primeiro time para acabar com o longo jejum em Brasileiros: desde 1997, o Flamengo não chega nem entre os oito finalistas.
O que era para ser o grande empecilho na contratação, o salário de Luxemburgo, será tirado de letra pois, como estava em baixa, ele assinou com o Palmeiras por aproximadamente R$ 100 mil – depois de livrar o Flamengo da Segunda Divisão no Campeonato Brasileiro do ano passado, Carlos Alberto Torres iniciou este ano com salário de R$ 90 mil.
Além disso, com as saídas de Petkovic (a rescisão deve ser assinada até sexta), Reinaldo, Edílson, Vampeta, Tuta, Clemer, Leandro Ávila, Cássio e Leandro Machado (que ainda acontecerá), a diretoria conseguiu até baixar o orçamento estipulado pela Comissão Gestora – R$ 1,7 milhão –, o que propicia um forte canal de negociação.
Luxemburgo, no entanto, terá um grupo jovem em mãos que receberá dois jogadores de nível – Ramon, que está sem clube depois que brigou com Levir Culpi no Atlético-MG, pode ser um deles –, pois o setor de criação ficará carente com as saídas de Juninho e Petkovic.
“O nosso grande objetivo é trabalhar corretamente receita e despesa. Mas sempre com time forte. Vamos ter dinheiro até para contratações”, garante o gerente geral de futebol, George Helal.
Com isso, o atual técnico do time, Carlos César, deve voltar aos juniores no segundo semestre.