Planos contra novas crises energéticas
Especialistas afirmam que não foi apenas a falta de chuva que causou a crise energética que o País enfrenta. A queda de investimentos do governo no setor, que até a década de 80 recebia em média US$ 13 bilhões e que nos anos 90 passou a receber apenas US$ 7 bi, e a predominância do modelo hidrelétrico de geração de energia são apontados pelos especialistas como a origem da crise, que não deve durar apenas este ano.
"O risco de racionamento é muito alto e será mais longo do que está se admitindo", afirma o diretor do Instituto Nacional de Eficiência Energética (Inee), Jayme Buarque de Holanda. Mesmo com com diversos projetos em andamento, a maioria das obras só deve entrar em funcionamento depois de 2002, ano em que provavelmente também haverá crise na produção de energia.
A construção de usinas termelétricas é apontada como uma das maneiras de se diminuir a crise. Em 99, o governo lançou um programa de construção de diversas usinas, com o apoio da Petrobras, mas a falta de acordo sobre o preço do gás natural e mesmo a falta de peças no mercado internacional para a construção de tantas termelétricas emperrou os planos.
Além das termelétricas, existem diversas opções no Plano Decenal da Eletrobrás 1999/2008, que faria com que a capacidade de geração de energia brasileira aumentasse de 68 mil megawatts para 104,6 mil. A melhoria da interligação das diversas regiões brasileiras também é apontada como uma das possíveis soluções, já que existe excedente na produção da região Sul, em especial na Hidrelétrica de Itaipu, e no Norte.
Qualquer que seja o plano adotado pelo governo, inclusive se ele adotar todas as opções acima, o essencial é que as ações sejam tomadas rapidamente, de acordo com especialistas no mercado de energia. Caso contrário, o Brasil passará também em 2002 alguns ou vários meses no escuro, dependendo do humor de São Pedro.
Redação Terra
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