Conseqüências do racionamento na economia
A diretora do Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Clarice Messer, avisa que o racionamento de energia pode provocar a paralisação de indústrias em São Paulo. Segundo ela, isso pode ocorrer nas fábricas que já usam de modo eficiente a energia elétrica e que não teriam como reduzir seu consumo nem como arcar com as tarifas mais elevadas pelo consumo acima do determinado pelo governo.
Já o diretor-titular do departamento de Infra-estrutura da Fiesp, Pio Gavazzi, acha que é muito cedo para prever as conseqüências nas indústrias, mas se preocupa com a adoção de medidas para evitar o desemprego por causa do racionamento de energia imposto pelo governo. Ele recomenda às empresas a diminuição das horas extras e concessão de férias.
O diretor acredita que as indústrias menores serão as mais atingidas pois não possuem energia própria (geradores) e são elas as que mais empregam. Gavazzi explica que as indústrias de grande porte já estavam se auto-gerando e estavam mais preparadas. Para ele, o setor mais atingido é o elétrico intensivo: das metalúrgicas, das têxteis e das químicas. "Mas só será possível analisar as conseqüências reais do racionamento para as indústrias em um ou dois meses", avisa Gavazzi.
Ameaças - A Volkswagen e a Fiat ameaçaram suspender parte das atividades no País, caso o governo não encontrasse outra solução que não fosse o racionamento. "O país não pode responsabilizar a indústria por aquilo que não consegue fazer, e irei reduzir os investimentos se não houver eletricidade para produzir", disse o diretor da Volkswagen no sul, Herbert Demel, que ameaçou fechar a empresa que dirige.
A Fiat, que produz meio milhão de veículos por ano no Brasil, anunciou no início de maio que poderá ser obrigada a cortar suas exportações devido ao racionamento energético previsto no País. O superintendente da empresa, Gianni Coda, declarou que se o racionamento obrigar a empresa a reduzir o uso de energia, a Fiat deverá conseqüentemente reduzir a produção e começará cortando os produtos para exportação, cuja fabricação seria transferida a outros países.
Redação Terra
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