Pessoas que sofrem de fibromialgia costumam ser olhadas com certa descrença. Isso porque externamente não apresentam problemas e os exames laboratoriais não revelam qualquer alteração. Família, amigos, colegas de trabalho podem desconfiar das queixas, aumentando a irritabilidade dos pacientes que sofrem de fibromialgia. No entanto, ressalta a reumatologista Maria Vitória Quintero, a recomendação é que o paciente se afaste o mínimo possível do trabalho. Ela afirma que, em casa, o paciente fica ocioso e com isso surge a sensação de incapacidade e limitação, piorando a situação. "É importante aliviar a dor do paciente para manter sua capacidade produtiva", disse.
A médica reconhece, no entanto, que às vezes a dor e a sensação de cansaço são tão intensas que o paciente perde a capacidade de realizar tarefas simples do dia-a-dia. Ela diz que legalmente o afastamento do trabalhador é complicado, já que o diagnóstico é clínico e o perito do INSS insiste em ter uma prova de que o indivíduo está com problemas.
A aposentada Maria Aparecida da Silva, 52 anos, conta que nunca "deu bola" para o que as pessoas pensavam sobre suas dores. Há sete anos, "Cida" teve depressão e estresse e dois anos depois, no auge da depressão, aposentou-se por tempo de trabalho. Nessa mesma época, ela recebeu o diagnóstico de fibromialgia. "No meu caso, a depressão originou a fibromialgia. Cada dia dói num lugar. Não me entrego fácil, já que tenho minha mãe de 67 anos, que é diabética, e preciso cuidar dela. Minha mãe é minha força", revela Cida, que planeja fazer hidroginástica.
Cida conta que faz mesoterapia (bloqueio da dor com injeção de xilocaína e de medicamento) para aliviar as dores durante a crise. E lançou mão de massagens terapêuticas. "Não adianta lamentar, gritar de dor. Procuro tomar os remédios para depressão e fibromialgia", afirma ela, que também gosta de passar óleo e creme relaxantes e usar munhequeira, joelheira e tornozeleira para driblar as dores.
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