Em 1998, o lançamento de um remédio para disfunção erétil causou revolução no tratamento para impotência. O problema que até então tinha como possíveis soluções dolorosas injeções ou incômodas próteses penianas passou a ter uma pílula como alternativa de tratamento.
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O medicamento em questão era o Viagra, que ficou sendo por cerca de três anos a única opção de tratamento via oral, até o lançamento do Uprima, no final do ano 2000. Os recém-lançados Cialis e Levitra são mais duas alternativas para o tratamento de impotência.
"Antes do Viagra, não tinha quase ninguém que reclamava de impotência. O que não quer dizer que as pessoas não sofressem do problema. As pessoas não vinham ao médico porque sabiam que as opções de tratamento eram ínfimas e que a queixa serviria para denegrir a imagem dela. Com o surgimento do Viagra, as pessoas começaram a falar do problema e se curar; voltando a ter uma vida sexual boa", diz Eric Roger Wroclawski, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia.
Dos quatro tipos de remédio para impotência disponíveis no mercado, três deles atuam da mesma maneira: Viagra, Cialis e Levitra. São as chamadas drogas inibidoras da enzima 5-fosfodiesterase. Essa enzima consome o óxido nítrico, que é a substância causadora do relaxamento e conseqüente ereção do músculo do pênis. Já o Uprima, em vez de agir diretamente no pênis, atua no Sistema Nervoso Central, aprimorando o sinal natural emitido pelo cérebro ao pênis.
"Como o Viagra está há mais tempo no mercado, já passou por todos os testes de eficiência, eficácia e segurança. O Cialis e o Levitra também apontam essas características. O fato de termos três bons remédios para impotência só traz vantagens ao paciente, que vai ter a oportunidade de escolher aquele com o qual ele mais se adapta", explica Eric Wroclawski.
O que não pode deixar de ser destacado é o fato de os remédios para impotência não agirem no que se refere à libido ou desejo sexual. Eles atuam facilitando ou aprimorando a ereção a partir do estímulo sexual.
Os remédios via oral "não aboliram a necessidade dos preâmbulos, isto é, carinho, delicadeza, excitação para auxiliarem na obtenção da ereção e manutenção desta. A única medicação que pula esta etapa, ou seja, uma ereção quase instantânea, é a injeção intracavernosa peniana", diz o urologista Paulo de Almeida Rocha.
"A escolha entre as quatro opções de remédio (Viagra, Cialis, Uprima e Levitra) deverá obrigatoriamente ser feita junto com o médico. Ele e o paciente devem conversar para estabelecer o perfil do usuário, a situação em que quer usar, os custos do remédio", diz o urologista Eric Wroclawski.
É válido ressaltar que, embora os mecanismos de ação do Viagra, Levitra e Cialis sejam semelhantes, a composição química dos três é completamente diferente. Isso significa que uma pessoa que sinta dor de cabeça ao tomar Viagra, pode não apresentar os mesmos efeitos colaterais ao tomar o Levitra ou o Cialis e vice-versa.