Prática milenar, a circuncisão faz parte das tradições de outras culturas, além da muçulmana e judaica. Faz parte dos costumes de várias nações africanas e também de países como Canadá e Estados Unidos. As origens desse procedimento são incertas e os motivos para sua realização, variados, mas provavelmente seja a mais antiga operação do mundo.
Desconfia-se de que a circuncisão tenha se originado por volta de 2.300 anos antes de Cristo, no Antigo Egito, mas especula-se também que possa ter surgido numa época ainda mais remota, na Eritréia pré-monoteísta, e se espalhado pelos demais países da África. A prática se mantém até hoje, principalmente por motivos religiosos, mas as tradições familiar e cultural - para muitos homens e mulheres significa a marca de que pertencem a determinado grupo étnico - também são fortes fatores.
No universo islâmico e judaico a circuncisão é ritualmente executada em todos os recém-nascidos masculinos. Embora a circuncisão não esteja prescrita no Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, existe a ordem para que os muçulmanos passem pela experiência. Já os judeus que praticam a circuncisão, fazem-na com base na Bíblia, apesar desta não conter tal exigência. Além disso, muitas autoridades, tanto cristãs quanto muçulmanas, já vêm se manifestando contra a prática.
Diferente de Jesus Cristo, circuncidado no oitavo dia após seu nascimento, o profeta Abraão passou pela cirurgia aos 99 anos de idade, como um pacto com Deus. É o que conta a Bíblia, influência direta para judeus e cristãos. Entre outros eventos, a circuncisão já foi usada pelos egípcios como forma de punição para escravos e guerreiros capturados, ou mesmo como um ritual, pelos astecas, aborígenes australianos e polinésios.