Segundo tipo mais comum de câncer entre os homens, o câncer de próstata pode ser considerado o mais perigoso. Mesmo não sendo a modalidade mais freqüente, apresenta números consideráveis. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para este ano, 300 mortes serão causadas pela doença no Ceará, das quais 120 em Fortaleza. Cerca de um quinto da população masculina que apresenta cânceres tem tumor maligno na próstata. Há mais casos de câncer de pele, mas como este não apresenta muita morbidade, é o de próstata o câncer que mais mata homens.
O principal fator que leva ao óbito é o diagnóstico tardio, feito quando a doença está avançada. Recomenda-se que todo homem, a partir dos 45 anos, faça anualmente os exames de toque retal e de PSA. Este último analisa o antígeno produzido pela próstata. A medida da quantidade dessa substância ajuda a diagnosticar algum problema na glândula. Mas apenas o exame não assegura a inexistência de câncer, já que em alguns casos, mesmo com tumor maligno na próstata, a quantidade de antígeno não se altera. Daí a importância do toque retal.
A resistência dos homens em fazer o exame é uma das principais causas do atraso no diagnóstico. "Há um preconceito entre os homens de que o toque tira a masculinidade", afirma o urologista Salvio Pinto. Não se submeter ao exame pode tirar a vida, pois os sintomas só aparecem quando o tumor está avançado e não há outra maneira de perceber o câncer. A única forma de se prevenir é fazer os exames de diagnóstico precoce.
Quando o diagnóstico é feito em lesões ainda pequenas, a cirurgia de retirada da próstata oferece grandes chances de cura. A única maneira de eliminar o câncer é retirar o tumor em estágio inicial, e descobri-lo ainda no início só é possível depois dos exames médicos preventivos. Segundo Pinto, o tratamento do câncer em estágio já avançado é paliativo e oferece apenas alguns anos de sobrevida ao paciente.