Casada, com no mínimo dois filhos e mais de 25 anos é o perfil de mulher considerado adequado (e dentro da Lei) para se submeter à laqueadura. Mas, mesmo com todas essas características, ninguém garante que não vá haver um arrependimento futuro. Por conta disso, a pergunta "Posso desfazer a ligadura de trompas?" volta e meia aparece nos consultórios médicos. "Cerca de 60% das pacientes que querem fazer reversão é porque mudaram de parceiro", diz o médico Caio Parente Barbosa, cuja dissertação de mestrado é sobre reversão de laqueadura. O restante das mulheres que querem voltar atrás é composto por mães que perderam seus filhos ou que melhoraram de condições financeiras.
Por volta de 70% das mulheres que se submetem à laqueadura podem tentar a cirurgia de reversão, cujos custos também são cobertos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Entre essas mulheres, 80% vão ter sucesso e conseguir engravidar novamente.
"O grau de reversibilidade varia de acordo com a lesão que a técnica cirúrgica causou. Laqueaduras feitas com anel plástico ou clipes de titânio são mais fáceis de reverter", explica Caio Parente Barbosa.
O fato de a possibilidade de reversão ser possível mas não absolutamente certa reforça a necessidade de ponderação antes de fazer laqueadura. Além disso, as filas para fazer a operação pelo SUS são bastante longas, uma vez que, na lista de prioridades dos hospitais, os problemas de saúde estão na frente desse tipo de cirurgia.
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