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Diário de Viagem
BIRMÂNIA

Na trilha dos Budas Dourados

Henry Daniel Ajl
Templo de Ananda Pahto: belo e imponente.
Leia mais
  Introdução
  O estilo de vida burmês
  Bagan: as mais lindas torres
  Explorando os templos de Bagan
  O exótico Monte Popa
  Um trekking por Kalaw
  A alegria do povo burmês
  Fotos: acompanhe a aventura

Veja também:
  Entenda a situação política do país
  Burma, Birmânia ou Mianmá?
  Conheça Henry Daniel Ajl

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Um painel de pedra trabalhado há mais de mil anos pelas mãos mágicas de um artesão-escravo, no Camboja, me inspirou a mergulhar na história dos confrontos entre as grandes civilizações do sudeste asiático. E foi a partir destes estudos que cheguei a um lugar encantado.

Burma, Birmânia, Mianmá: uma terra de muitos nomes, de muitos povos, de muitos cheiros e, definitivamente, de muitas cores. O país é guardião de cultura milenar e oferece inúmeras oportunidades de aventura aos viajantes. Conhecer Mianmá é, antes de tudo, uma inesquecível aventura antropológica.

Localizado entre a Índia, a China e o Sudeste Asiático, o país sempre esteve na rota de passagem de importantes caravanas de mercadores e de corajosos exploradores, além de ser o ponto de encontro das grandes religiões asiáticas. O país é governado há mais de 30 anos por uma cruel Junta Militar e esta delicada situação política dificulta a obtenção de um visto de entrada para o país.

Tentei a sorte na embaixada de Mianmá em Vientiane, capital do Laos, onde os turistas são mais raros. Fui entrevistado por um adido diplomático que se encantou em conhecer um compatriota de Pelé (Pili, de acordo com a pronúncia burmesa) apesar de ignorar por completo outros assuntos relacionados ao Brasil. Obviamente, omiti a minha condição de jornalista – a burocracia burmesa detesta jornalistas – e declarei ser um inofensivo engenheiro civil.

Os estrangeiros estão proibidos de entrar em Mianmá por terra. Para conhecer o país é necessário tomar um avião e desembarcar no Aeroporto Internacional de Yangon, onde um staff completo de militares e pessoal de segurança controla a chegada dos raros viajantes e os encaminha ao guichê dos FECs (Foreign Exchange Certificate - Certificados de Moeda Estrangeira).

Incapazes de atrair dólares para o sucateado sistema produtivo do país, os militares obrigam todos os estrangeiros a adquirir o equivalente a 200 dólares americanos em FECs, que são títulos do governo. Os FECs podem ser utilizados no pagamento de hotéis e restaurantes e compõem, juntamente com o kyat, a cesta de moedas oficiais de Burma.

Henry Daniel Ajl

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