Um trekking pelas montanhas de Kalaw
Henry Daniel Ajl
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Coloridos mercados animam as cidades.
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Das esturricadas planícies centrais burmesas, partimos em direção às montanhas de Kalaw, antigo refúgio alpino dos oficiais ingleses na época do domínio britânico no subcontinente indiano. A vila serviria como ponto de apoio para um interessante trekking que eu planejava realizar pelas cordilheiras da província de Shan. Historicamente, aquela região de relevo acidentado transformara-se em ponto de passagem para incontáveis grupos étnicos que transitavam entre a planície do Rio Ganges e o sudeste da Ásia. Percebi, depois de algumas horas de caminhada, que aquele trekking seria, na verdade, o que chamo de ‘aventura antropológica’. À medida que invadíamos o coração da cordilheira, deparávamo-nos com as mais variadas etnias, diferentes entre si tanto nas feições como nas línguas que falavam e nas roupas que vestiam. Extensas plantações de chá e tabaco ocupavam as encostas das montanhas. Estávamos na época da colheita e centenas de mulheres carregando gordas cestas de vime espalhavam-se pelos campos para colher a preciosa safra anual.
Henry Daniel Ajl
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