Belo Horizonte - Após folgar na rodada de final de semana da Copa João Havelange, o Cruzeiro enfrenta novamente o Palmeiras, desta vez pela Copa Mercosul, na quarta-feira, às 22 horas, no estádio Ipatingão, em Ipatinga. O técnico Luiz Felipe Scolari só definirá o time na hora da partida.
Até lá, espera poder contar com a recuperação de jogadores como Cris e Sorin, que enfrentam dores musculares. Hoje, às 16 horas, o time se reapresenta na Toca da Raposa.
Em entrevista ao HOJE EM DIA, o técnico Luiz Felipe Scolari comenta a realização do jogo contra o Palmeiras em Ipatinga e, não, no Mineirão, salientando a força da torcida cruzeirense no Vale do Aço.
Scolari garantiu também que não vai priorizar a Mercosul em detrimento da Copa João Havelange. Garante que vai botar o time para frente, sonhando com o campeonato em ambas as competições. Leia, a seguir.
Que tipo de recomendações você dá aos seus jogadores às vésperas de folgas?
Recomendações de ficar bem à vontade, aproveitar para ficar com a família, passear, esquecer que existe futebol.
Gostaria que você comentasse a decisão de jogar contra o Palmeiras em Ipatinga e não no Mineirão
Não foi uma decisão, foi uma solicitação do Cruzeiro à direção do Palmeiras, que entendeu que Ipatinga seria uma opção interessante, já que, em Belo Horizonte, com os dois times já classificados, provavelmente teríamos um público de 5.000 pessoas no máximo. Ipatinga é um lugar que tem um belo estádio e, provavelmente, com os valores de R$ 5 a entrada, teremos entre 15 e 20 mil pessoas. Não fica longe de Belo Horizonte e, assim, preenchemos um vazio do interior, atingindo várias cidades ali perto, que têm um público cruzeirense. E o fato de que já vamos estar jogando contra a Portuguesa, pela Copa João Havelange, em casa, nos deixa mais tranqüilos.
Durante os treinos da semana passada, alguns jogadores como Cris, Sorín, Luizão e Ricardinho tiveram alguns problemas. Há risco de algum deles não jogar as próximas partidas?
Eles estão dentro da recuperação. Estão fazendo trabalhos físicos para recuperarem das batidas que sofreram. É um trabalho um pouco menos acentuado, evitando choques para que eles possam se recuperar. Os jogadores estão normais, como o Luizão, que saiu com o tornozelo um pouco inchado. O Sorín também está com o tornozelo inchado, mas fica de fora dos treinos. Esta semana é uma semana de recuperar e partir para cima nos próximos nove, dez jogos que temos pela frente.
Você possui alguma preocupação especial com relação ao próximos adversários: Palmeiras e Portuguesa?
Depende, vamos ver o resultado dos confrontos que ainda não se definira. Não tenho preocupação nenhuma, na Copa Mercosul, porque nós já estamos classificados e o Palmeiras também. Vai ser um jogo normal, bem jogado, bonito. Vamos ver agora quais as vantagens de sermos os primeiros, de jogarmos as parti das em casa nesta e na outra fase.
Mas haveria interesse do Cruzeiro em abrir mão de ser o primeiro? Se isto acontecesse, o adversário seria o River Plate.
Nunca. Quem é segundo joga a semifinal em casa e a final fora. Como nós sempre queremos chegar à final, queremos chegar em primeiro para disputar a final aqui no Mineirão. Mas eu não sei quem vai se classificar do outro lado. O River já está classificado. Agora tem o Palmeiras, o Vasco, o Velez Sarsfield, o Flamengo, o Olympia. Queremos a final em casa e ganhar ou, no mínimo, empatar, para sermos o primeiro do grupo.
Nos anos anteriores, o Cruzeiro disputou simultaneamente várias competições, sempre chegando perto do título, mas correndo o risco do desgaste. Atualmente, é possível afirmar que o Cruzeiro prioriza ou a Mercosul ou a João Havelange?
A Mercosul é uma competição importante, de nível internacional. Por outro lado, o Cruzeiro ainda não venceu um campeonato brasileiro, que é o sonho de muitos torcedores. Então não dá para a gente priorizar nenhum dos dois. Temos é que fazer o que estamos fazendo, que é seguir jogando de acordo com aquele número de pontos que nós imaginamos necessário para a classificação. E trabalhando o melhor possível para avançarmos posições e ver, depois, o que vai acontecer. Se chegarmos às duas finais, queremos vencer as duas.
Geovani afirma que para equipe não há prioridade
Se depender do raciocínio do preparador físico da equipe, Darlan Schneider, o Cruzeiro deve tomar mais cuidado com a Portuguesa, no próximo sábado, pela Copa João Havelange, do que com o Palmeiras, na próxima quarta, pela Copa Mercosul. Não no plano tático, mas na esfera do condicionamento físico. “A equipe do Palmeiras está disputando, como nós, dois torneios, o que desgasta muito mais os jogadores. Já a Portuguesa está concentrando seus esforços numa única competição, que é a Copa João Havelange. Em consequência disso, tem um preparo físico melhor do que o do Palmeiras", assinala.
Schneider disse que não costuma se preocupar com o rendimento de jogadores após períodos de folga. “Eles têm o direito de descansar, já estão acostumados com a filosofia do Cruzeiro e sabem que, na hora de voltar aos treinos, têm que dar o máximo de si", afirma. O preparador físico acredita que os jogadores Cris, Sorin e Ricardinho, que tiveram problemas com dores musculares no fim de semana, deverão estar prontos para enfrentar o Palmeiras na noite de quarta-feira, em Ipatinga.
Para o zagueiro Geovani, a equipe está bem entrosada para a partida contra o Palmeiras. “Para continuarmos man tendo o primeiro lugar no nosso grupo, precisamos empatar ou vencer. Mas vamos entrar em campo para vencer", garante. Geovane acredita que os jogadores cruzeirenses devem ter o mesmo empenho e o mesmo ritmo de jogo nos dois torneios que está disputando. “Não dá para priorizar só um. São jogos importantes e nossa tarefa é mostrar um bom futebol para a torcida", assinala o jogador, que esteve na seleção olímpica em Sydney e distribuiu muitos autógrafos no último sábado, durante treinamento na Toca da Raposa.