São Paulo - Pelas declarações do técnico Levir Culpi durante a semana, a partida contra o Juventude, neste domingo, às 16 horas, em Caxias do Sul, é o que menos preocupa o treinador neste momento. Tendo passado os últimos dias pedindo uma definição rápida da diretoria em relação ao seu futuro no clube, ele desviou todas as atenções para si, dando claros sinais de que está dividido e vive um clima de despedida no São Paulo.
O contrato do técnico vence no fim de dezembro e ele disse que sua intenção é iniciar o próximo ano com um planejamento já traçado, seja no São Paulo ou no clube que o contratar.
A necessidade de a equipe superar o time gaúcho para manter as chances de ficar entre os primeiros colocados da competição transformou-se em assunto secundário nas entrevistas do treinador.
Em declarações ambíguas, Levir rebatia as afirmações de que não está inteiramente concentrado na competição. Por outro lado, não demonstrava segurança sobre sua continuidade no clube. Logo após ressaltar que não há discordâncias entre ele e a diretoria, Levir observou que, a qualquer momento, pode começar a negociar com outra equipe. “Respeito a diretoria, mas temos uma ótica diferente”, tentou explicar.
Após a polêmica, restou ao técnico a busca de frases de efeito para demonstrar sua preocupação com a equipe dentro de campo. Chavões do tipo “é preciso unirmos as forças neste momento” eram intercalados com expressões como “75 jogos são suficientes para a diretoria avaliar o meu trabalho”, referindo-se à espera dos dirigentes quanto aos resultados da equipe na Copa João Havelange.
Nas idas e vindas de um discurso fragmentado, Levir ainda buscava fôlego para garantir que seu time tinha condições de ser campeão nacional. Para isso, explicou que a equipe soube superar todas as dificuldades na temporada, como a saída de vários jogadores que atuaram no primeiro semestre. “E, sob meu comando, ainda cedemos oito atletas para a seleção brasileira.”
De qualquer forma, a idéia do treinador para superar os gaúchos é exatamente utilizar a fórmula do adversário. Ou seja, o estilo de jogar típico de um time do Sul. Assim, aproveitando-se da provável ausência do meia Souza, contundido no joelho esquerdo, Levir deverá optar por um meio-de-campo compactado e marcador, com Maldonado, Fábio Simplício, Beto e Carlos Miguel.
O treinador também aposta no bom ataque – o melhor da competição, com 38 gols – formado pelos habilidosos França, que, com 112 gols é o sétimo artilheiro da história do clube, ao lado de Careca, e Marcelo Ramos. Sua maior preocupação tática é com a defesa, que vem falhando nos últimos jogos. O técnico adiantou que o time deve preparar-se desde já para a próxima fase, para a qual está classificado. “Não poderemos mais errar”, destacou.