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Maurício deixa o campo como herói corintiano
Segunda-feira, 13 Novembro de 2000, 01h43
Atualizada: Segunda-feira, 13 Novembro de 2000, 01h47

São Paulo - O empate em 0 a 0 com o São Paulo não serviu apenas para tirar o Corinthians do martírio de 49 dias e da seqüência de dez derrotas, mas também para fazer justiça ao mais humilde dos titulares do time: o goleiro Maurício. Aos 31 anos, sabe que dificilmente vai continuar no time em 2001.

Com a transferência de Dida para o Milan, da Itália, herdou a tarefa de evitar gols adversários em um time que ia se desfazendo.

"Os primeiros minutos do São Paulo assustaram, mas eu sabia que seria apenas a pressão inicial e que depois nosso time iria se assentar e equilibrar o jogo. Fiz defesas importantes, mas não acho que foi minha melhor atuação.

Lamento que nossa superioridade no segundo tempo não tenha sido traduzida em gols. Estão dizendo que o gol do Dinei foi legal, mas preciso conferir na televisão porque de onde eu fico não dá para opinar sobre o que acontece na área adversária."

Time no caminho - Renato, que era tido como sucessor de Dida, não foi bem contra o Cruzeiro. Diante do Juventude, Maurício voltou ao time, mas teve sua atuação comprometida pela expulsão do zagueiro Ávalos - os adversários puderam explorar a vantagem de um jogador para chegar à vitória.

Ontem, no Morumbi, com a defesa protegida por três volantes de contenção, Maurício teve mais tranqüilidade. "As defesas que fiz foram em lances que acontecem em qualquer clássico. O Corinthians já mostrou que está no caminho da recuperação e não deu tanto espaço para os adversários trabalharem na entrada da área", disse o goleiro, sorteado para o antidoping com Márcio Costa.

No vestiário do Corinthians, enquanto Marcelinho Carioca e Fernando Baiano procuraram explicar as oportunidades de gols que desperdiçaram, Maurício era citado por vários companheiros como o principal responsável pelo empate - que, diante da situação vivida pelo Corinthians, foi considerado resultado positivo. Principalmente por Candinho, que decidiu, depois da derrota do meio de semana contra o Juventude, no Pacaembu, armar o time mais defensivamente e manter Ricardinho e Marcelinho Carioca como titulares.

Apesar de estarem jogando mal, o técnico alegou que são os mais talentosos do grupo e que cabe a eles tirar a equipe da crise técnica.

O que o técnico não esperava era que fosse Maurício - cujo nome consta da inúmeras listas de jogadores dispensáveis que circulam no Parque São Jorge - o principal responsável pelo fim da vergonha corintiana. "Quando nada estava dando certo para os nossos atacantes, Maurício encarregou-se de evitar a derrota, com defesas importantes. Passa a servir de exemplo para os demais jogadores", analisou Candinho.

Jornal da Tarde


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