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Jair Picerni relembra época de jogador da Ponte Preta
Sexta-feira, 08 Dezembro de 2000, 19h24
Atualizada: Sexta-feira, 08 Dezembro de 2000, 19h24

São Caetano - Nos 10 meses em que está no comando técnico do São Caetano, Jair Picerni confirma uma fama que o acompanha desde o início da década: a de revelar jogadores e formar boas equipes em clubes médios e pequenos. Enganam-se os que pensam que ele não goste de contar em seu elenco com atletas consagrados. Apenas desenvolveu uma habilidade específica que torna mais fácil extrair resultados de um grupo, ao invés de valores individuais.

Depois de passar por equipes como Portuguesa, Santo André, Ponte Preta e dirigir a seleção brasileira medalha de prata na Olimpíada de 1984, Picerni encontrou no ABC uma infra-estrutura e um projeto de trabalho que se encaixavam com suas idéias. Quando lá chegou, já em sua primeira reunião com a diretoria, foi deixado bem claro para ele que a meta do time era subir para a primeira divisão do Campeonato Paulista. "Isso é o que eu considero fundamental: oferecer condições adequadas e traçar objetivos claros", explicou o treinador.

História - Aos 55 anos, 20 deles como treinador, Jair Picerni começou a destacar-se no futebol como lateral-direito da Ponte Preta durante a melhor fase do time: o final da década de 70 e início de 80. Nesse período, os campineiros chegaram à final do Campeonato Paulista por três vezes. Em 1977 e 1979 perderam a decisão para o Corinthians. Já em 1981, foi a vez do São Paulo acabar com o sonho dos ponte-pretanos.

É desse tempo que vêm as maiores recordações. Picerni lembra que, minutos antes do jogo decisivo contra o Corinthians, em 77, quando os jogadores da Ponte estavam terminando o aquecimento, já no gramado, um soldado da Polícia Militar aproximou-se e recomendou que, em caso de confusão, eles fugissem pelo portão 7 do Morumbi. "Aquilo nos deixou indignados, pois nos sentimos completamente inseguros dentro de um estádio com 150 mil pessoas", disse.

Já em 81, logo em sua primeira temporada como treinador, aconteceu um dos episódios mais curiosos. Por ter melhor campanha, a Ponte tinha o mando do segundo jogo da decisão contra o São Paulo. Porém, o estádio Moisés Lucarelli não foi liberado pela PM, que alegou falta de segurança. Para não ter de jogar no Morumbi, os dirigentes tentaram de todas as formas manter a partida em Campinas. A alternativa era usar o Brinco de Ouro, casa do Guarani. Inexplicavelmente, na véspera do jogo, apareceu um grande buraco no centro do campo. "Não sei se foi sabotagem do Guarani. Mas nossas chances seriam maiores jogando em Campinas", lamenta Picerni.



Agência Estado


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