São Paulo - No evento que serviu para apresentar a sede da Liga Rio-SP, uma mansã na avenida Brasil, em São Paulo, o presidente da Federação Paulista, Eduardo Farah, que será o presidente da nova entidade, serviu de mediador para um ostensivo bate-boca envolvendo alguns de seus novos associados.
O mais acalorado deles, o presidente do Vasco, Eurico Miranda, criticou duramente o presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, que falara na necessidade de profissionalização dos dirigentes de futebol.
“Não concordo com o Edmundo. O Vasco só participará da Liga se ela for composta por dirigentes amadores”, disse Eurico, constrangendo o ambiente, enquanto Edmundo respondia em voz alta de sua mesa.
Na seqüência, Pelé, chamado a falar para os convidados, reiterou a necessidade da profissionalização. Ao afirmar que o futebol é uma atividade que envolve muitos profissionais e que gera empregos importantes, foi interrompido por Eurico.
“O Vasco gera 3.000 empregos!”, gritou Eurico, de sua mesa.
“O senhor poderia gerar 6.000 empregos se administrasse profissionalmente”, retrucou Pelé.
“Como se vê teremos muito que discutir e conversar nas próximas duas semanas... Mas isso demonstra que há idéias e que nosso futebol é forte”, falou Farah, tentando apaziguar os ânimos.
Farah rebateu análises de que a Liga Rio-SP teria ambições de se transformar em Liga Nacional. Mas disse que ela servirá para ‘‘guiar os demais estados’’ e pediu ‘‘profissionalismo e transparência’’. Ele quer anunciar a formalização da entidade em duas semanas.