São Paulo - Cinco séculos depois, o português continua "descobrindo" o índio. A história entre colonizador e colonizado no Brasil não terminou.
Na fronteira entre o Mato Grosso e Rondônia, ao sul da Floresta Amazônica, há uma tribo de índios Alantezu, da etnia Nhambiquara, apaixonada por futebol. Pela TV – com antena parabólica e gerador a óleo diesel – não perdem um jogo. E têm um time do coração: a Portuguesa, que os inspirou a formar um time, o Lusa Alantezu, para disputar os campeonatos organizados pela Funai.
Sabendo disso, o presidente da Portuguesa, Joaquim Alves Heleno – que possui uma fazenda a 600km da aldeia, em Cáceres (MT) – foi conferir. E se encantou com o que viu.
“Visitei a tribo e vi que eles gostam muito de futebol e da Portuguesa. É uma beleza”, diz o dirigente.
“Vi aquilo e resolvi ajudá-los. Levei bolas, camisas, calções. Uniformes completos da Lusa. Você precisava ver a alegria deles”, completa Heleno, que visita os índios pelo menos duas vezes por ano, desde 99.
Formados por cerca de 80 índios, os Alantezus vivem da pesca e da caça. Moram em malocas e são acompanhados por um representante da Funai, que é quem faz a ponte entre os índios e o "cara pálida".
“O cacique sempre nos recebe muito bem. É ele o mais empolgado com a Portuguesa”, diz Heleno, "português do Belenzinho", bairro da Zona Leste de São Paulo.