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The iBook is on the tableShow! O iMac portátil não é apenas diferentão: ele surfa a Internet sem fio Há quase dois anos, Steve Jobs subiu em um palco para apresentar o que seria a organização da linha de produtos da Apple dali em diante. Uma tela dividida em quatro, onde se viam os Power Macs G3 e os PowerBooks e duas interrogações do outro lado, correspondendo a um computador de mesa e um portátil destinado ao mercado consumer, ou seja, usuários domésticos e profissionais que não precisam de uma máquina parruda. A primeira interrogação escondia o iMac, lançado no ano passado, um dos maiores sucessos da indústria de informática. A segunda foi revelada no final de julho, quando Jobs subiu ao palco na abertura da feira Macworld de New York para lançar o iBook.
Apesar das dezenas de nomes combinando i, e, Mac, Book, Mate e outros sufixos e prefixos, o nome do produto era bastante óbvio, como demonstrou Jobs. "Nossos produtos profissionais começam com Power, os portáteis terminam com Book e os dirigidos ao consumidor doméstico começam com i. Logo, o portátil para uso doméstico tinha que se chamar iBook". Nada mais simples. O menino vai estar disponível nos EUA a partir de setembro, pelo preço de US$ 1.599 no mercado americano, nas cores tangerina e blueberry. Se a Apple mantiver a mesma política agressiva que vem realizando em relação aos preços do iMac, é razoável esperar que o iBook chegue ao Brasil em outubro ou novembro, por algo entre R$ 3.500 e R$ 4.000. Mesmo que fique acima disso, ainda custará praticamente a metade de um PowerBook.
Rápido, bonito e barato O iBook é filho direto do eMate, de quem herdou o formato amebóide, uma bateria de longa duração e o conceito definido por Jobs como "um computador pra jogar na mochila". Feito de policarbonato (o mesmo plástico ultra-resistente do iMac) e envolto por uma borracha (nas cores laranja ou azul-G3), ele obviamente tem como alvo principal o mercado educacional. Mas é óbvio que todo mundo vai querer um. Com seu novo portátil, a Apple volta ao posto de onde nunca deveria ter saído: a de líder em tecnologia e design da indústria de informática. O design do iBook com certeza deverá amealhar vários prêmios, graças às inúmeras inovações que traz. Ele fecha suavemente sem fechos ou travas para emperrar ou quebrar, tem uma exclusiva fonte de alimentação com o cabo de força enrolado como um ioiô, uma alça embutida na parte traseira e conectores de metal embaixo para facilitar o recarregamento da bateria. Nele é possível ver como a nova Apple está sabendo aproveitar as vantagens de ser o fabricante do hardware e do software. Todo o software de gerenciamento de energia foi refeito, permitindo que o iBook execute algumas mágicas como ligar e desligar toda vez que é aberto e fechado. Melhor ainda, ele pode salvar tudo que está na memória RAM em disco e desligar em seguida. Assim, da próxima vez que for ligado, ele poderá restaurar o desktop da exata maneira como estava em cerca de dez segundos.
Um chip G3 de 333 MHz foi "underclocado" para 300, reduzindo ainda mais seu baixíssimo consumo de energia, mas ainda permitindo que Jobs chamasse o iBook de "segundo laptop mais rápido do mundo" (perdendo apenas para o PowerBook G3). A bateria, bem maior que as normais, toma toda a largura do gabinete e pode durar até seis horas - suficiente para um dia de aula direto sem recarga. Com uma tela TFT de 12,1 polegadas, capaz de reproduzir milhões de cores em resolução de 800 x 600 pixels, aliada a um chipset ATI RAGE Mobility (equivalente ao RAGE 128 dos G3 azuis), o iBook também promete matar a pau nos games, tarefa fundamental tendo em vista seu público-alvo. Sem fios! Se as novidades parassem por aí, o iBook poderia ser apenas mais um computador bonitinho, rapidinho e baratinho. Mas não é. Ele possui uma característica que o torna incomparável a qualquer computador que exista hoje no mercado. Comunicação sem fio com outros computadores ou com a Internet. O iBook pode transmitir e receber dados por rádio com velocidade, praticidade e preço que provavelmente só terão equivalentes no mercado de PCs no próximo milênio (sabendo, é claro, que o milênio só começa em 2001, e não em 2000 como alguns pensam).
A coisa acontece da seguinte forma. O iBook tem duas anteninhas ao lado da tela. Encaixando uma plaquinha transmissora/receptora (US$ 99) embaixo do teclado, ele pode se comunicar com outros iBooks ou com sua base, o AirPort Base Station (US$ 299). Plugando a base em uma rede local ou na linha telefônica, ele pode se conectar aos outros computadores da rede e ao mundo. Até dez iBooks podem se conectar a uma mesma base, uma característica que deve agradar incrivelmente as escolas. A velocidade da conexão é estúpida. Utilizando uma tecnologia que sequer foi homologada nos EUA, a Apple e a Lucent, co-criadoras do AirPort, prometem que ele vai atingir taxas de transferência de até 11 Mbps, mais rápido que em muita rede Ethernet, permitindo conexões a até 46 metros de distância, mesmo com paredes e andares entre o iBook e a base. Algo contra? A inveja dos pecezistas já começou. Uns dizem que o iBook parece um estojo de maquiagem ou uma tampa de privada; outro diz que é um iMac pisado por um elefante. Antes de mandá-los morder o cotovelo, convém estar ciente dos contras que existem no novo portátil, que são insignificantes. O principal é o peso, de três quilos, que perde de longe dos VAIOs da vida, mas que pode ser uma dica de um produto que a Apple ainda não tem e pode vir a fazer: um subnotebook. Segundo a Apple, grande parte do peso é devido à bateria gigante de longa duração. Outro problema é a inexistência de microfone. Esse é dos menores, podendo ser resolvido com um microfone USB, como o iMic (ver box). Já a falta de uma saída de vídeo para um segundo monitor é mais problemática. Os donos de iBook vão ter que se conformar com a sua telinha pequena. Outro problema é que o suporte ao protocolo AppleTalk no Airport ainda é um trabalho em andamento, podendo até cair fora do produto final. Apesar dos serviços de rede da Apple estarem gradualmente passando para o TCP/IP, boa parte das impressoras só é compatível com AppleTalk, o que pode complicar as coisas de início. Mas não é nada que umas chicotadas em alguns programadores não resolva em pouco tempo. Portanto, se é para fazer alguma previsão, a mais certa é a de que o iBook estoure como seu irmão maior, talvez até mais. E, quando ele chegar ao Brasil, você poderá vê-lo de muitos outros ângulos aqui, nas páginas da Macmania.
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