Terra

43Analise a tabela a seguir:

Comércio exterior brasileiro – 2009

Principais importações do Brasil

Principais exportações brasileiras

Participação do produto no total das importações

Participação do produto no total das exportações

Produto/complexo

Participação (%)

Produto/complexo

Participação (%)

Equip. mecânicos

16,5

Complexo soja

11,3

Combustíveis e lubrificantes

14,8

Material de transporte

10,6

Equip. elétricos/eletrônicos

12,2

Petróleo e combustíveis

9,8

Automóveis e partes

9,0

Minérios

9,4

Químicos org. e inorgânicos

6,8

Carnes

7,5

Instrumentação ótica e precisão

3,8

Produtos metalúrgicos

7,3

Plásticos e obras

3,8

Químicos

7,1

Ferro, aço e obras

3,6

Açúcar e etanol

6,4

Farmacêuticos

3,5

Maqs. e equipamentos

4,1

Fertilizantes

3,1

Papel e celulose

3,3

Cereais e produtos de moagem

2,0

Equipamentos elétricos

3,2

Borracha e obras

1,8

Complexo café

2,8

Aeronaves e peças

1,7

Fumo e sucedâneos

2,0

Filamen. e fibras sintéticas e artif.

1,2

Calçados e couros

1,8

Cobre e suas obras

1,0

Têxteis

1,2

Org. Reinaldo Tronto, com dados de SECEX/MIDIC

Utilize os dados da tabela e seus conhecimentos sobre o comércio externo brasileiro para assinalar a alternativa correta.

a) As exportações brasileiras mantêm o laço colonial: apenas produtos in natura de baixo valor agregado.

b) A condição de país industrializado tornou o Brasil um importador apenas de matérias-primas industriais e alimentos.

c) As exportações brasileiras apontam para o modelo de industrialização de plataforma de exportação.

d) As importações brasileiras evidenciam uma economia ainda dependente do setor primário e pouca industrializada.

e) O comércio externo brasileiro ainda mantém uma condição desfavorável: predomínio de exportações de baixo valor agregado e de importações de elevado valor agregado.

44Leia o texto com atenção:

A pouca divulgação também impediu que a maranhense Maria Firmina dos Reis (1825-1917) viesse a constar dos manuais clássicos de nossa historiografia literária. A escritora, num fato inédito naquela época para uma mulher humilde, mulata e bastarda, conseguiu, em 1847, ser aprovada em concurso público para a cadeira de Instrução Primária, tendo exercido o magistério ao longo de boa parte dos seus noventa e dois anos de vida. De acordo com Zahidé Lupinacci Muzart (2000, p. 264), Maria Firmina publica Úrsula, em 1859, sendo este o “primeiro romance abolicionista e um dos primeiros escritos por mulher brasileira”, tendo ainda colaborado em diversos jornais, inclusive com o romance-folhetim Gupeva, de 1861, e o conto A escrava, em 1887. Muzart apoia-se na biografia elaborada por José Nascimento Morais Filho e em outros estudos, como de Luiza Lobo e Maria Lúcia de Barros Mott, para asseverar que “pela primeira vez o escravo negro tem voz e, pela memória, vai trazendo para o leitor uma África outra, um país de liberdade”. E destaca a personagem Mãe Susana, cuja inserção vai dar o tom de inovação e ousadia de Úrsula frente às demais narrativas abolicionistas: Mãe Susana vai contar como era sua vida na África, entre sua gente, de como se deu a prisão pelos caçadores de escravos e de como sobreviveu à terrível viagem nos porões do navio. É mãe Susana quem vai explicar a Túlio, alforriado pelo Cavaleiro, o sentido da verdadeira liberdade, que essa não seria nunca a de um alforriado num país racista (2000 : 266).

DUARTE, Eduardo de Assis. Notas sobre a literatura brasileira afrodescendente. In: SCARPELLI, Marli Fantini e DUARTE, Eduardo de Assis (org). Poéticas da diversidade. UFMG, Belo Horizonte, 2002.

De acordo com o texto e realizando uma correspondência histórica com o período nele assinalado, podemos afirmar que:

a) houve um silêncio a respeito de uma literatura produzida no século XIX por afrodescendentes que atuaram de forma contrária ao movimento abolicionista que teve curso por meio de leis antiescravistas.

b) Maria Firmina dos Reis produziu o primeiro romance abolicionista brasileiro, que foi fruto da falta de participação dos negros e mestiços no movimento contrário ao regime escravocrata.

c) a obra Úrsula afirmou um protesto em defesa da liberdade do escravo negro no continente africano, a exemplo do que ocorria no Brasil na primeira metade do século XIX por meio de alforrias.

d) a historiografia literária ignorou a obra de uma escritora mestiça que defendeu o abolicionismo, mas o defendeu de forma distinta dos outros abolicionistas, em uma época em que crescia a crítica ao regime escravocrata brasileiro.

e) Mãe Suzana expressa o descontentamento com a política de alforrias que constituiu o caminho mais conhecido de emancipação do escravo no Brasil do Segundo Reinado, opondo-se ao caminho da quebra da ordem escravista.