Você ganha um presente, faz cara de quem não gostou, mas mesmo assim diz "cavalo dado não se escolhe os dentes", pois não é de "bom tom" desdenhar ou colocar defeitos em algo que se recebe de presente. A boa educação manda agradecer e mostrar satisfação, mesmo que o objeto seja insignificante ou inadequado. Geralmente, a frase é usada nestas situações, mas qual a origem dela?
Segundo nos informa o professor Ari Riboldi no seu livro O Bode Expiatório, o ditado tem origem nos negócios de venda de cavalos. O dono sempre tenta fazer o animal passar por mais novo, o que representa um preço maior. Ocorre, todavia, que os dentes do cavalo não nascem ao mesmo tempo. Só no quarto ou quinto ano de vida ele completa a arcada dentária.
Para quem conhece os equinos, não há como querer esconder a verdade. Todavia, se o cavalo for dado de graça, é melhor não olhar para os dentes, o que seria deselegante para quem o recebeu, e com certeza, constrangedor para quem o doou, principalmente se o fez para se livrar de um animal velho e de pouca serventia.
Pensando bem, um presente, por mais inútil ou desagradável que seja, mesmo assim poderá vir a ter sua utilidade. Principalmente, na hora de ir a um aniversário e quando se esquece de comprar uma lembrancinha. Pode-se passar adiante o presente e fazer uma economia. Com cuidado, é claro, de que o aniversariante não seja a pessoa que nos brindou com a referida inutilidade.