Ave da família dos psitacídeos (da qual também fazem parte araras, cacatuas, periquitos e maritacas), os papagaios têm o cérebro mais desenvolvido que o de outras espécies, o que permite que memorizem diferentes tipos de som.
O biólogo e zootecnista Daniel Pereira Rocha explica que o animal consegue reproduzir esses sons graças a uma estrutura situada no final da traqueia e começo dos brônquios, denominada siringe. "Um papagaio pode imitar um cachorro, um gato ou o ruído de uma porta. Em cativeiro essa capacidade se acentua, pois as aves perdem o comportamento natural e pela convivência com o homem, passam a produzir sons comuns a sua volta", diz Rocha.
Segundo o professor, a vida dos papagaios livres na natureza é caracterizada por uma forte componente social, e os papagaios selvagens jovens aprendem a imitar as vocalizações específicas dos seus progenitores.
As aves repetem os sons que aprenderam quando brincam, comunicam uns com os outros ou quando se juntam para afastar um inimigo, o que contribui para reforçar os laços de família. "Os papagaios também aprendem sons específicos para comunicar com outras aves fora do seu circulo "familiar", como amigos ou parentes afastados", detalha. Ele ressalta ainda que os papagaios não falam, apenas imitam sons humanos. "A capacidade da fala é exclusiva de nossa espécie", afirma.