Pesquisadores de diferentes países já observaram comportamento homossexual em várias espécies de animais. "Esse tema é ainda pouco explorado pela ciência e sempre foi visto como um comportamento antinatural. Atitudes como montar ou cheirar indivíduos do mesmo sexo são encaradas como jogos de poder ou comportamentos ligados ao instinto de caça ou luta", relata a veterinária e terapeuta de animais Rubia Burnier.
Segundo ela, a homossexualidade é observada em muitos grupos de vertebrados, insetos, crustáceos, aranhas e até vermes. Rubia cita como exemplos relações entre macacos do mesmo sexo: "Espécies sociais com sistema hierárquico complexo, como gorilas, chimpanzés e orangotangos, têm no sexo uma importante moeda social, que funciona como um mecanismo reforçador de alianças políticas". Para macacos bonobos, que vivem na África, o sexo entre fêmeas e entre machos é uma prática comum, bem como o sexo entre animais da mesma família.
Rubia lembra ainda que, em outubro de 2006, o Museu de História Natural da Universidade de Oslo, na Noruega, promoveu uma exposição com o tema "Homossexualidade Animal", apresentando modelos, fotografias e textos para exemplificar algumas das 1,5 mil espécies de animais onde a homossexualidade tem sido observada.
"A intenção era desmistificar a ideia de que os animais usam o sexo apenas com finalidade reprodutiva - hipótese defendida por cientistas evolucionistas - e que eles não procuram parceiros do mesmo sexo só para 'encontros casuais', mas podem também formar vínculos duradouros.