Répteis da ordem dos lacertílios, a mesma dos lagartos e lagartixas, os camaleões se alimentam basicamente de insetos. Na hora da caça, ele se movimenta lentamente para não assustar sua presa, conta o professor de Biologia Daniel Pereira Rocha: "O sucesso da captura depende de sua língua protáctil, que pode atingir quase 1 m na velocidade de um piscar de olhos", conta. Esta lentidão, porém, facilita o ataque de seus predadores, motivo pelo qual o camaleão imita a cor do ambiente onde se encontra, processo conhecido como camuflagem.
Ser confundido com o ambiente é uma estratégia de caça e de defesa. Ao assumir a cor do local onde está - como uma folhagem, um galho ou tronco de uma árvore - o camaleão se camufla para capturar insetos e não ser visto por seus predadores, como cobras e aves de rapina.
Rocha explica que cérebro do animal interpreta as cores do ambiente, por meio da visão, e libera hormônios que atuarão nos cromatóforos da pele, as células que dão cor ao animal, ocasionando a mudança. O professor diz ainda que a camuflagem ocorre involuntariamente, e que cada uma das mais de 80 espécies de camaleão possui uma gama de pigmentos própria, em geral nos tons amarelos, marrons ou avermelhados.
Rocha ressalta que um camaleão cego provavelmente não sobreviveria na floresta, já que não poderia ver a caça ou o predador: "Ele morreria de fome ou seria comido rapidamente por outros animais logo após a eclosão do ovo. Se ficar cego depois de adulto, morrerá pelo mesmo motivo. Sem ver a luz, o cérebro não dá comandos para imitar o ambiente".