Indivíduo de difícil relacionamento, que se irrita com extrema facilidade, impaciente, de pavio curto. Certamente você conhece alguém com essas características, e diz que essa pessoa tem o "gênio do cão". Mas o que o simpático cãozinho tem a ver com isso?
De acordo com o professor Ari Riboldi, em sua publicação 'O Bode Expiatório 2', para os antigos, gênio era o espírito benéfico ou maléfico que regia o destino de uma pessoa, além de inspirar as artes, paixões e os vícios.
Segundo o professor, o adjetivo genial carrega o sentido benéfico, pois é sinônimo de magistral, formidável, dotado de grande capacidade intelectual. Genioso, por sua vez, representa o lado negativo, já que equivale a colérico, exaltando o gênio mau.
De acordo com Câmara Cascudo, cão é termo erudito; o povo utiliza a palavra cachorro. Cão, no entanto, também designa pessoa muito má. No nordeste do País, equivale ao capeta.
Cínico é o sujeito fingido, debochado e hipócrita. E saber que cinismo vem do grego - cinos. Cão, era simplesmente a filosofia seguida pelo grego Diógenes de Sinope, filosofia que se caracterizava pela oposição aos valores materiais como forma de alcançar as virtudes. Isso leva a concluir que gênio do cão deve ser entendido como gênio do diabo, do capeta. Nada tem a ver com o pobre do cão e demais termos empregados com carga pejorativa na linguagem.