Quando assistimos a filmes que se passam no deserto do Saara, automaticamente nos imaginamos andando sobre um camelo, debaixo de um sol escaldante, vivendo grandes aventuras. Mas isso não seria possível, pois quem costuma habitar aquela região são os dromedários, que, apesar de muito semelhantes aos camelos, possuem diferenças marcantes.
Conforme explica Clóvis Bujes, Coordenador do Projeto Chelonia-RS, do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), "o tempo de vida de um quelônio é muito controverso. E vai depender da espécie e do ambiente onde ela ocorre".
Na verdade, o camelo (Camelus bactrianus) e o dromedário (Camelus dromedarius) são tão próximos que, em ambientes domésticos, podem até cruzar. Porém, possuem peculiaridades significativas. A professora Marta Fabian, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, explica que "o camelo tem duas corcovas e está presente na Ásia, enquanto o dromedário possui apenas uma e é encontrado preferencialmente na África e no Oriente Médio. Mas ambos estão adaptados à vida no deserto".
Outra característica comum dessas espécies da família Camelidea é que ambas são capazes de suportar longos períodos sem beber água. "Eles têm uma adaptação fisiológica que lhes permite reter líquidos, além de armazenarem energia através da gordura que guardam nas corcovas", informa Marta Fabian. Em ambos, as patas são adaptadas para o solo arenoso.
Segundo a professora, atualmente não há mais dromedários selvagens. Ou eles foram domesticados, ou são silvestrados (ou seja, retornaram ao ambiente natural após a domesticação). Já os camelos, apesar de gravemente ameaçados de extinção, ainda podem ser encontrados em estado selvagem no deserto de Gobi, entra a China e a Mongólia.