De acordo com o biólogo Hilton Japyassú, especialista em artrópodes e pesquisador do Instituto Butantan, a Ciência ainda não tem uma resposta exata para o "encolhimento de pernas pós-morte" das aranhas. Mas a estrutura corporal desses animais oferece algumas pistas.
Para contrair as pernas, as aranhas possuem musculatura nas juntas, e este movimento ocorre de forma semelhante ao dos humanos. Já para esticar os membros, as aranhas não têm musculatura.
"Para realizar a extensão as aranhas bombeiam hemolinfa (o "sangue" delas) para dentro das pernas", diz Japyassú. O bombeamento é feito com a contração dos músculos que ligam a parte superior da carapaça que reveste a cabeça e o tórax à parte inferior da mesma. "Com a contração, aumentaria a pressão hidráulica interna à carapaça, e a hemolinfa migraria para as pernas, fazendo com que elas se estiquem", explica.
Ao morrer, a aranha poderia relaxar os músculos que ligam a parte superior à inferior da carapaça, diminuindo a pressão de hemolinfa para dentro das pernas, o que causaria a contração das pernas. "Outra hipótese seria a de que elas, mortas, vão se desidratando, o que também diminuiria o volume de hemolinfa, resultando em pressão negativa dentro da carapaça. São hipóteses a serem testadas", afirma Japyassú.