As cobras trocam a pele periodicamente. O processo, chamado tecnicamente de ecdise, ocorre para o réptil poder expandir seu corpo e crescer, explica Giuseppe Puorto, diretor do Museu Biológico do Instituto Butantan, em São Paulo.
Segundo o pesquisador, as cobras podem mudar de pele de uma a quatro ou cinco vezes ao ano. A periodicidade depende de fatores como idade, saúde, alimentação do animal e de condições físicas externas, como temperatura e umidade. As jovens trocam com mais frequência.
"As serpentes com mais idade, e isto muda conforme a espécie, diminuem a frequência, podendo mudar uma vez ao ano e até mais tempo. A pele antiga, que está feia e suja, é trocada por uma pele limpa e com seus desenhos e cores vivos", detalha Puorto.
Ele diz ainda que, quando a saúde da cobra está boa e as condições físicas do ambiente são ideais, a pele velha sai por inteiro. "A pele começa a se soltar na ponta do focinho. A serpente vai roçando o corpo contra uma superfície áspera, e a pele velha vai saindo pelo avesso, como se tira uma luva", conta. Quando sai aos pedaços, é sinal de que alguma coisa não está bem: ou a cobra está com algum problema de saúde ou o ambiente está muito seco.