O biólogo Guilherme Domenichelli, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, confirma que as zebras são realmente brancas com listras pretas, e não o contrário. "Observando-se a zebra de grevy (Eqqus grevyi) é possível confirmar esta hipótese, pois barriga do animal é toda branca, com as estreitas listras pretas cobrindo o resto do corpo", explicou.
Segundo ele, os exemplares da espécie não são iguais e cada uma tem o seu padrão diferente de listras, similares às digitais dos seres humanos, às pintas das girafas ou às listras dos tigres. Além de ter uma crina curta e ereta, também possuem sentidos como visão, audição e paladar bastante desenvolvidos.
As listras das zebras também funcionam como uma excelente adaptação para camuflagem quando elas andam em grupo, dificultando a visão do seu principal predador, o leão.
"Assim que percebem a presença do predador, elas correm em grupo de um lado para o outro, fazendo com que o leão, que enxerga em preto e branco, não consiga determinar a sua posição, sem saber onde começa ou termina uma zebra. Em razão disso, normalmente eles acabam errando o bote por não identificar o animal que irá atacar", informou.
Para o biólogo, assim como o cavalo, seu parente próximo, a zebra é muito ágil, o que lhe facilita a fuga do seu predador, que precisa atacar direto em seu pescoço para imobilizá-la. "No contato com outros animais ou pessoas, elas são bem selvagens, podendo até morder ou dar coices, mas a primeira reação é fugir".
Harém
De acordo com Domenichelli, algumas espécies, como a já citada zebra de grevy, não ficam em grupos sociais permanentes, e os machos vivem geralmente sozinhos em um grande território, cuidando de até dez fêmeas e acasalando com todas elas. "Se outro macho entra no grupo, ele só não é expulso ou atacado se não concorrer com o líder", destacou.