Essa posição facilita a saída dos morcegos para o voo. A característica tem a ver com o fato de que eles são os únicos mamíferos que voam. Várias estruturas desses animais sofreram mudanças durante sua evolução, em um período de cerca de 50 milhões de anos, para que eles adquirissem o hábito de voar.
Os morcegos se desprendem do local onde estão, abrem as asas, planam e em seguida, batem as asas. "Para que esses animais possam ficar de cabeça para baixo por longos períodos, houve a rotação em 180 graus dos seus membros inferiores: isto é, as plantas dos pés desses animais se voltaram para frente", disse a bióloga Susi Missel Pacheco.
A circulação do sangue também foi modificada. Artérias e veias têm válvulas que, ao serem contraídas, fazem o sangue circular para cima, o que garante que todos os órgãos do corpo recebam oxigênio mesmo quando ele está de cabeça para baixo, explicou a bióloga.
Além disso, os tendões - cordões fibrosos que se ligam aos ossos e músculos e têm a função de flexionar as articulações - permitem que os morcegos prendam-se firmemente pelas garras dos pés a qualquer lugar. Os morcegos podem ser encontrados pendurados de cabeça para baixo até quando estão mortos. "A musculatura e a força imposta pelos tendões permanece mesmo após a morte", afirmou a bióloga. É também nessa posição que morcegos têm seus filhotes.